segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Penso, esqueço, lembro e depois desanimo.

Só vontade.

vontade de te ver, te abraçar denovo, sentir seu cheiro, olhar seu sorriso, sonhar em seus braços. Essa saudade ainda vai me matar.

Só vontade, vontade de querer que ela me mate, mas não matará.
Eu sei que não.
"Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e
te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar
novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro
nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de
mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa
que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que
me queres assim porque assim que és..."
(Caio F. " A beira do mar aberto")
Juro que me sinto como um judeu na Alemanha Nazista, em 1944.
Fugindo, se escondendo.

Marina de Castro e suas adaptações.

Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

Daiane abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitada e viu que horas eram
Enquanto Michael tomava um conhaque
No outro canto do estado, como eles disseram...

Daiane e Michael um dia se adicionaram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer...
Um carinha do msn da Daiane que disse:
"Tem um cara legal, e tu vai se divertir"

Cara estranho, com papo esquisito
"Eu não 'to' legal, não agüento mais birita"
E o Michael riu, e quis saber um pouco mais
Sobre a guriazinha que tentava impressionar
E a Daiane, meio tonta, só pensava em ir pra casa
"É quase duas, eu vou me ferrar..."

Daiane e Michael trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
A Daiane sugeriu uma lanchonete,
Mas o Michael queria ver o filme do Godard

Se encontraram então na rodoviária
O Michael de moto e a Daiane de camêlo
O Michael achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina não tinha tinta no cabelo

Daiane e Michael era nada parecidos
Ele era de Aries e ela tinha quatorze
Ele fazia Psicologia e entendia alemão
E ela ainda nas aulinhas de Francês

Ele gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E a Daiane gostava de novela
E jogava xadrez com seu avô

Ele falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E a Daiane ainda tava no esquema "escola, cinema
clube, televisão".

E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam acada quinze dias
E a vontade crescia, como tinha de ser...

Daiane e Michael fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
O Michael explicava pra Daiane
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar...

Ela aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ele se formou no mesmo mês
Que ela passou no vestibular

E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ela completa ele
E vice-versa, que nem feijão com arroz

Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram

Daiane e Michael voltaram pra Capela
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Michael tá de recuperação
Ah! Ahan!

E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão!
Status: Mantendo sigilo.
Se quiser vir comigo, tem que ser agora! Ainda sobra um lugar aqui, reservei pra ti! Mas, vem apenas se quiser. Agora.
Aonde está o remédio?
Aonde está a solução?

Simples.
Remédios apenas para aliviar, não curar.
Solução? Essa está em falta.
As estrelas vão morrendo e eu aqui...
As pessoas vão passando e eu aqui...
Parada, esperando, mas, até quando mesmo?

Juras.

-Promete me amar pra sempre?
-Por quê?
-Pra sempre não, apenas pelo resto dos meus dias.
-Esta bem, prometido então.
-E tu, promete sempre me fazer feliz?
-Não, sempre não. Precisamos de algumas mágoas para afogá-las.
-Tá certo, me beija?