"Quero outra vez um quarto todo branco e um par de asas. Mesmo de papelão." Caio Fernando Abreu
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
''Quando criança fazia o balanço ganhar altura para alcançar estrelas. Por isso, hoje rodopia enquanto canta. E acredita que as notas mais altas são capazes de balançar o coração de Deus. E que as mais baixas fazem com que ele se incline suave só para escutar. Quando se sente só, canta baixinho. Até encontrar um sorriso num gorjeio de passarinho. Sua alegria é feita de grãos.
...
Na mão aperta, com fé, uma estrela cadente: essa possibilidade. Risca no ar um desejo enquanto se desfaz. Poeira lunar nos pés. Raio de sol para fisgar novo dia. E um sopro suave para mudar o ar dessa noite. Tira o laço vermelho que lhe apertava o peito, amarra nas bordas do dia. A barra da saia pespontada de horizontes. O pensamento branco, branco. Azul. Amarelo. Verde.Uma paz inquieta. As unhas vermelhas e os cabelos escoando o orvalho desse novo dia. No céu, nuvens de filó. E a terra gira azul, azul, feito saia. Sorri, o mundo dança."
"Todas as noites, um segundo antes de afundar,
pensava — onde quer que você esteja,
meu príncipe,
em qualquer região da minha mente,
no mínimo interstício,
na fímbria do pensamento, frincha da memória,
dobra da fantasia,faixa vibratória passada
presente futura,
aqui vou eu ao seu encontro, meu bem."
Caio F. Abreu
Para o peito
Eis que volta,
depois de tanto tempo perdido,
o coração
-para o peito
-Maria Clara Moraes-
depois de tanto tempo perdido,
o coração
-para o peito
-Maria Clara Moraes-
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