Constantemente ando pensando em voltar a escrever, em passar os sentimentos e em me matar.
De amor, nicotina e álcool.
Ando perdendo madrugadas, experimentando venenos e sensações absurdas.
Não lembro se eu era assim antes de conhecê-lo ou se fui mudando com o tempo e ele não tenha absolutamente nada a ver com isso. Só sei que é assim agora.
Tenho andado muito corajosa nesses tempos, nem medo de escuro eu tenho mais. Mas depois que deito, sempre estremeço ao ver a lâmpada piscar. Sozinha, louca, achando que é a dona do quarto pra me dar medo.
Não importa se é verão, sempre coloco dois cobertores pra esquentar meus pés, já que quem deveria fazer isso não pode, ou, certamente não está tão interessado assim.
Guardo um estoque de cigarros pras noites vazias e - diga-se de passagem que são quase todas- meu estoque de bebidas está acabando, só me sobrou três garrafas de vinho que prometi beber com você. Ah, já ia me esquecendo, sou obrigada a abandonar a máquina de escrever logo que o sol se põe. Tem uma velha chata aqui do lado que reclama quando resolvo devanear pra lua.
No mais está tudo bem, meu cachorro está se alimentando melhor que eu, dorme mais que eu e até sai com os amigos mais que eu. Só sobrou eu aqui. Sozinha.
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