domingo, 13 de setembro de 2009

Bastante, por favor.

-Isso tá amargo.
-Põe açucar senhorita.
-É bem isso, põe açucar pra mim?
-Sou teu empregado, mas mereço respeito.
-Eu te respeito,mas é que sempre faz meus chás com pouco açucar, só isso.
-É para você mesmo aprender a adoçar as coisas.
-Mas como? Eu não vou sair por aí com um açucareiro.
-Não falo em sentido literal mocinha.
-Ah, te entendo, mas enquanto eu fico aqui sentada, sem adoçar nada, pode ir pegar mais açucar?
-Sim, como queira.
-Bastante, por favor.
-Pra já...




E, com essa paixão recolhida pela senhorita, ele fez o que ela queria. Ela não percebeu mas, adoçou a vida dele naquele dia...E ele, ele apenas adoçou o chá dela.
Apenas, mas com a mais profunda emoção de ter trocado algumas palavras com ela, a senhortia que parece distante.
Mal sabe ele mas, o distante, é na dimensão dele, é pensando nele que ela passa seus dias.




-Queres mais alguma coisa senhorita?
-Sim, não me chames mais de senhorita apartir de hoje, me chames de sua mulher.
-Algumas doses de amor para acompanhar o chá?
-Está bem minha mulher.



Saiu, com a certeza de que sua vida estava adocicada pelo resto de seus dias.
Ela esperou-o, com a certeza de ter tirado o amargor da sua pacata vidinha...
-Bastante, por favor.

Ar.

Tenho cinco dias e bastante pressa. sinto-me bem, deixa seguir assim... arrumando a casa, arrumando o coração, deixando todos os parafusos bem ajustados e todos os cantos arejados para que o novo venha e se instale confortavelmente. estarei mais feliz nesta primavera do que na última, há um não-sei-o-que, como se alguém dissesse "fica fria, tudo já melhorou agora e isso não tem volta".
Tun, tun, tun...
não sinto mais o anel no meu dedo...
mas, de qualquer forma isso é bom, pois sei que ele está em boas mãos....
muito boas diria...