sexta-feira, 23 de julho de 2010

O corpete é de ouro, prata e tem três pedrinhas de brilhante. Ele aperta arduamente e fere, toda vez que o olho. Poderia tacá-lo no telhado, na privada, devolver ao proprietário ou fazer uma bola de prata e presentear meu melhor amigo -mas ele não é mais meu melhor amigo, merda. 
Hoje ele está no meu dedo porque assim, toda escondida, sinto-me mais segura. Logo menos vai pro telhado, pra privada... ele vai pra puta que pariu, assim como o proprietário(!) 
Se eu ainda tivesse as duas alianças, pensaria em usá-las juntas, pra mostrar que meu amor morreu. Talvez tenha padecido em cantos separados, talvez nunca tenha existido. Sempre precisei da poeticidade, escrevendo o máximo de clichés. Sempre precisei do amor, desdenhando ao máximo. Sempre desdenhei, assim, amando ao máximo.

Comprimiu coração, pulmões, tudo. Aperte mais um pouco, até que eu morra.


Kay