terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Agora sim, demoramos cinco meses.
Longos cinco meses que nos deixaram mais próximos um do outro.
Eu não tô afins de saber se vai ter amanhã, contanto que eu esteja com você, já basta.
São onze dias.
A roupa limpa, a casa em ordem, um sorriso muito grande e uma ansiedade desgraçada.
Nesse meio tempo que falta pra nos vermos, vou dar um jeito de te amar um pouco mais do que já amo.
E e tudo isso pára por aqui, de mim pra mim mesma, no meu refúgio. No meu quarto branco.
Certo dia, revirando meu caderno, encontrei um certo escrito, escrito numa hora em que eu achava certa. Me enganei a respeito do poema. Me enganei a respeito da pessoa. Me enganei a respeito da hora.

O balanço espera

Gosto de pensar que por trás de toda essa petulância, de toda essa certeza, de tanta sabedoria e seriedade, há um menino. Gosto de imaginar que esse menino gosta de correr, que ele gosta de dar risada, que gosta de aprender coisas novas. Sei que deve haver, em algum lugar por trás do que eu vejo, algo que eu não posso ver. Deve haver uma necessidade de um colo, deve haver uma vontade enorme de tomar sorvete a qualquer hora, deve haver. Quando descobri o seu olhar no meio daquela gente toda, eu vi um menino. Com o tempo esse menino foi sumindo, foi se escondendo, acho que ele foi se proteger. Mas eu quero que saiba, (e eu falo com o menino apenas, não mais com o gente grande) que você pode sair aqui fora um pouco. Saiba que por trás desse meu cansaço, desse meu desânimo, desse meu olhar triste que chora, há uma menina louca para brincar com você no balanço.


-Maria Clara Moraes-