sábado, 13 de novembro de 2010

Saio vagando pelas ruas de um porto dos não muito alegres. A cada esquina que viro, cada rosto que vejo, tenho a esperança de que do nada - assim mesmo- você apareça na minha frente.
Me distraio e esqueço um pouco de tudo, mas os lugares me fazem lembrar novamente e os cheiros ainda estão intactos.
De repente, eis que surge metade de um "você". O rosto escondido por Giuseppe Garibaldi, mas o cabelo, o casaco e tudo, até a tua cor amorenada me fazem crer que é você. Meu coração dispara. Começo a tremer. Suo frio. Com a esperança de um "oi" ou pelo menos um olhar indiferente da tua parte.
Eis que teu outro eu sai detrás de Giuseppe e eu procuro me acalmar. Estou desapontada. Triste. Mas me alivio a ilusão com a dor.
Sabe, nos últimos dias tenho sentido muitas saudades de ti; dia desses até acordei com teu cheiro. Pena que não tinha camisa, lençol e nem você. Só aquele cheirinho de guri rico mulambento que eu ficava sentindo por horas enquanto estávamos juntos.
Entro num ônibus, por fim. E com angústia me despeço da minha querida, e linda, futura namorada...Ah Porto Alegre, tu deverias me trazer mais pra perto de ti, ou ir pra bem mais perto de mim; mesmo assim, meu amor não acaba -e não acabará- jamais, feito o afeto e a saudade que eu sinto de um coiote dilacerador de corações amargurados.