quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ferir-se cada dia mais e ferir também, pra aliviar a dor.



Mas, até que ponto poderemos aliviá-la? Até não aguentar mais as tentativas em vão ou até esquecer da sua existência?

Até que ponto podemos suportá-la? Nos consideramos fortes, astutos e ,por que não, poderosos.

Na verdade, somos um monte de lixo, um bando de baratas com medo do "inseticida" mais vagabundo. Porquê? Por que sabemos que somos fracos o bastante pra morrer num venenozinho qualquer.

Perdoe-me, pois não sei o que anuncio. Gostaria eu, de anunciar minha morte. Minha morte prematura.

Já contei aos senhores aqui presentes que, nasci pre-ma-tu-ra-men-te? Pois então, nasci pre-ma-tu-ra-men-te, experimentei as delícias da vida pre-ma-tu-ra-men-te, e quero morrer pre-ma-tu-ra-men-te.

Me sinto como um romancista, louvando a morte, cheio dos pessimismos e das fantasias.

Há tempos eu não reconheço aquele que vejo todos os dias em frente ao espelho, há tempos não sei o que é sentir um toque, uma mão macia percorrendo todo meu corpo.

Verdade seja dita, tive tudo ou quase tudo o que "sempre quis". 
Valor? Sim, eu dei valor. Perdi porque "eu quis" perder ou porque talvez não restasse escolha a não ser acabar.


It's all over now. I died.
eu rio enquanto choro
eu rio porque choro
eu choro
e paro
e penso
como eu sou idiota
porque eu choro
imbecil
eu mereci
e depois eu rio
e quão hipocrita e dissimulado eu sou
e choro de novo
e assim por diante


G.D.