sábado, 30 de outubro de 2010

"Nunca esperei que um dia, numa tarde de sábado, você podia sair de dentro do meu rádio para dizer olhando para mim: I love you." Little girl, better than I love my, better than I love myself... Want you and me forever ever and ever...Just so, far from home...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Quem quiser nascer tem que destruir um mundo; destruir no sentido de romper com o passado e as tradições já mortas, de desvincular-se do meio excessivamente  cômodo e seguro da infância  para a conseqüente dolorosa busca da própria razão do existir: ser é ousar ser

Hesse

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Querida Alison

Já não sei se devo permanecer aqui ou só dar o parecer de que realmente partirei. Os dias estão cada vez mais quentes e a cidade está virada num inferno sem você.
Tenho evitado, por muitos dias, escrever-te mas é quase que impossível. Não tenho mais o controle sobre mim.      Toda vez que pego papel-caneta na mão, só sai essa bendita carta, então, nada melhor do que agir e não atrasar mais. E fico com esse pensamento insano-louco de te agarrar mais uma vez e sentir teu corpo suado, colado junto ao meu.
Não sei por quem mais devo chorar e se devo. Se posso sorrir sabendo que não estou bem o bastante para tal.  Ou se posso descansar finalmente e ter uma noite de sono. Tenho virado madrugadas a dentro, procurando te encontrar, ou encontrar uma solução pra esse sentimento. As horas vão passando e de repente já é de manhã.   Sinto falta de você me desejando um bom dia e me acordando com aquele beijo, que só você pode, e sabe, me  dar.
Encontro na bebida, o que encontrava em você, antes do ocorrido. Só não encontro aquele carinho que você me dava, minha doce Alison, do jeitinho que eu precisava.
Lucy ligou dia destes, perguntou como estávamos e disse que viria para um final de semana; falei que não existíamos mais, acho que fiz certo, mas de qualquer forma, mandei ela vir visitar a nossa antiga casa, agora minha.
A distância cada vez mais têm me sugado. E o problema é que não é só para um lado que desejo ir. Norte, Leste, Oeste, Sul...As tentações aumentaram, arrumei mulheres, mas nada comparado ao que você, minha doce Alison, era e é pra mim.
Julia, este é o nome da minha mais nova decepção. É de longe, que nem você, se não fossem tão diferentes e iguais ao mesmo tempo, arriscaria que se conheciam.
Ilusão minha, pois eu mesmo sei que Julia é só mais uma tentativa falha de te esquecer.
Você fez um grande estrago e mim, e desse estrago, não quis pagar o concerto.
Lembro-me, de certa vez, em que você jurou que jamais me deixaria morrer de sede de teus beijos molhados. Pois então, o tempo passou e eu morri com a boca seca.
Não que eu tenha amado mais antigamente do que agora - e amo?
Só realmente acho que era mais fácil passar para o papel tudo o que eu sentia..
Com o sofrimento, criei resistência e hoje em dia não me decepciono como antes. Anestesiei.
De tantas tempestades e dias de sol eu já tirei inspiração, que hoje sinto inveja do meu antigo eu.
Hoje em dia a geleira em que virou o meu coração não me permite mais.
Até perdi o costume de ver as horas em relógio de ponteiro, sabe? Coisa que era rotina antigamente.
Ah, antigamente, tantos sonhos que acabaram me custando mais do que eu tinha a dar.
Época boa era a que eu podia sonhar de graça.
O que não acontece mais hoje em dia: envelheci e empobreci a alma.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O céu azul me faz lembrar dos dias que passei feliz e me motiva a querer sorrir novamente.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Escreve escreve e reescreve.
O nome dele chega a ser um veneno contra ela mesma.
Pensa e repensa, acha que vai fazer que nem uma mulher, que dia destes cansou de esperar e saiu procurando. Tinha medo. Ficar mal vista nesses dias não seria nada bom. Mas ela precisava disso, precisava tanto, que desligou a tv e foi dormir. Ah, amanhã ela resolvia.

Something

Nem queria estar com ele como queria antes, sabe? Estava naqueles dias não-quero-ninguém-perto-de-mim e sentia uma falta enorme dos finais de tarde em que passava sozinha, sem pensar em ninguém.
Mania mais estranha que o ser humano tem de sempre precisar de alguém. Não gostava de nada disso.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010


"Mas brotou então um orgulho tão grande de ser ainda capaz de sentir o coração cheio de emoções-Bethânia que era quase como uma felicidade. Sangrada, do avesso – que importa? Era real, era vivo. Isso é muito, e Bethânia canta."


Caio F. Abreu

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Toda aquela coisa selvagem...pele, cabelo, suor.. mas romântica ao mesmo tempo está guardada ainda à sete chaves comigo.
Desde a sola do pé até a nuca..

domingo, 17 de outubro de 2010

Esse Cara

Ah, esse cara tem me consumido
A mim e a tudo que eu quis
Com seus olhinhos infantis
Com os olhos de um bandido
Ah, esse cara tem me consumido
A mim e a tudo que eu quis
Com seus olhinhos infantis
Com os olhos de um bandido
Ele está na minha vida porque quer
Eu estou para o que der e vier
Ele chega ao anoitecer
Quando vem a madrugada
Ele some
Ele é quem quer
Ele é um homem e eu sou apenas uma mulher

Caetano Veloso, mas poderia ser Miss Lexotan

sábado, 16 de outubro de 2010

Ah vida, quem mandou tu existir hein?
 Quase 40 anos e os pais ainda a governam.  Ela é toda certinha, com horários e compromissos. Mas tem um lado, que só uma pessoa conhece. Ela mesma.
Amou, casou, sofreu. O marido batia nela quando chegava em casa, todas as noites. Ela aguentou por oito anos. Depois, ele acabou morrendo e ela se libertou. Começou a sair, fumava, bebia, cheira às vezes, mas não era sempre, voltava às sete da manhã e achava que estava feliz.
Foi aí, que ela conheceu um cara, amou novamente, sofreu novamente. Pois este casou-se e continuou com ela. E ela sempre levando..pois quando está com ele, ela acha que está feliz.
Briga com todo mundo que fale mal dele, pois não admite a verdade. E isso é óbvio, não admitimos que falem mal de nossos amores.
Enfim, ela segue a vidinha tediosa dela, com seu trabalho bem sucedido, afundada em dívidas por conta do "amor", sem mais horários pra nada, nem estudar direito ela pode...
Ela só quer ser feliz, assim como todo mundo..
Pena que tenta da maneira errada.

Tabacaria - Álvaro de Campos


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa,
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.

Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.

O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Não me digas que estás pra lá de Bagdá porque eu sei que, na verdade, está muito mais longe.
Esse teu descaso todo nos últimos dias, tem nome: dor de cotovelo.

Aquele tipo de pessoa que vive com as unhas roídas, com os problemas à flor da pele
E que não se importa com o amanhã.
É esta que vos escreve.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Não disse nada.

Não disse nada. Apenas caminhou lentamente em direção ao quarto e se jogou na cama. Ficou um tempo olhando para o teto envernizado e cheio de teias de aranhas, pensando nele, é óbvio. O coraçãozinho estava aos pulos, nem o tic tac do relógio da cabeceira e os latidos dos cães nas ruas do subúrbio conseguiam fazer com que ela desviasse a atenção do teto, agora com o rosto dele.
Há dias já que estava procurando entender o porque de não parar de pensar nele, estava até evitando escutar as gravações caseiras dele, com um violão ao fundo e aquela voz macia, que destruía toda a pose de machão que ele tinha.
"Ele tem ela lá e tudo mais..." pensou, mas teve esperanças assim que lembrou que, uma outra vez, ele tinha dito que gostava de ter relacionamentos à distância, nem que pra isso, ficasse com as duas. Ela não se importava nem um pouquinho em dividir o amor dele com a outra, já que essa seria a única forma de tê-lo por "perto".
Estava tarde e ela precisava dormir, despediu-se. Ao contrário dos outros dias que ele dizia "Tá bem, boa noite, beijos" ele disse "Tá bem, beijos, boa noite <3"
Pronto. O coração no final da frase a fez crer na possibilidade de, um dia, ficarem juntos.
Agora, ela não pensava em mais nada e em mais ninguém, a não ser nele.
E ele nem disse nada.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Volte para lá.

Se ficasses no teu canto, sem falar comigo seria bem mais fácil
Talvez eu não sofresse tanto, pelas esperanças.
Mas acho que sou meio masoquista, sabe?
Gosto de sofrer.
      (Anna senta num café, pega seu maço de cigarros)
·                     anna: Droga, meu isqueiro acabou logo agora.
·                     (O cara da mesa ao lado levanta-se e diz)
·                     brian: Quer que eu acenda?
·                     anna: Ah… Obrigada!
·                     brian: Posso me sentar?
·                     anna: Sim…
·                     brian: Marlboro light, seu preferido, não é?
·                     anna: É sim.
·                     brian: Você continua linda.
·                     (Silêncio)
·                     anna: Não te conheço de algum lugar?
·                     brian: Talvez…
·                     anna: Qual seu nome?
·                     brian: Meu nome é Brian.
·                     anna: Realmente me é familiar.
·                     brian: O mundo é pequeno, Anna…
·                     anna: Como sabe meu nome? Eu devo te conhecer, é que desde…
·                     brian: Desde o seu acidente?
·                     anna: Você tem uma bola de cristal ai?
·                     brian: Não, não. (Risos) Reparei na sua cicatriz.
·                     anna: Ah… É que desde o meu acidente, não consigo lembrar de alguns lugares ou pessoas.
·                     brian: Entendo…
·                     anna: Então… Eu… Eu te conheço?
·                     brian: Eu costumava ser seu namorado.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Meia noite e você sozinha em casa filando um cigarro e uma taça de vinho
Nada melhor que a doce companhia da solidão.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Não se sabe como aconteceu, quando começou, se é recíproco e muito menos quando vai acabar. É isso que ocorre quando se sente alguma coisa: o estômago dói, a cabeça fica cheia de incertezas e inseguranças, não se sabe para onde ir ou em quem acreditar. São apenas boatos que podem ou não ser verdadeiros, algumas atitudes, palavras, perguntas, tudo que um coração tolo e já frágil pelos acontecimentos da vida precisa para se iludir.
Um simples olhar diferente, uma palavra dita de outra forma. Tudo é motivo para um novo sentimento surgir. Não tem como fugir, te persegue, até se tenta não acreditar, mas às vezes é tarde de mais e não se pode voltar atrás, é um “erro” que não tem mais volta. Bom seria se o coração fosse um computador que um simples Ctrl + Z fosse desfazendo tudo, ou então que pudesse ser feito uma formatação, deletando tudo de uma vez.
A sempre sábia Martha Medeiros escreveu certa vez em sua coluna pra o ZH: “Vão todos para a balada fingindo que deixaram o coração em casa, mas deixaram nada...” Esse é o mal de alguns “jovens” e “adultos”. Querem esquecer o que não podem, muitas vezes fingindo ser quem não são, se mostram machões... Seguras, independentes, mas na verdade só querem um domingo à tarde com um filme e uma boa companhia, mas nas festas se portam como se estivesse tudo bem, infelizmente não é o que ocorre no fundo do coração, em alguma parte dele se esconde um sentimento, muitas vezes incompreendido.
Não são só as mulheres. Quando o assunto é sentimentos não existe um sexo frágil, pois todos se tornam frágeis, nem um escravo dele, pois todos se tornam escravos. Mas também se tornam mudos, bobos, cegos... Querem esconder o que está na cara, o que todo mundo já percebeu, mas não querem acreditar no que acontece no coração. E o porquê de tudo isso? Talvez seja o medo, medo de não ser correspondido, de estar sendo equivocado ou das diferenças que há! Mas não há diferenças, quando se fala em sentimentos todos são igual, não importa a idade, a altura, o trabalho, a faculdade: nada importa!
Então vamos fazer um trato, ninguém mais foge dos sentimentos, estuda-os, compreende-os e os vive. Levaremos nosso coração sempre junto (nas festas, no trabalho, no curso...) Afinal, não sabemos quando um novo sentimento pode rolar, não é mesmo? Mas por favor, caso alguém encontre um especialista em formatação de corações, AVISA!


[desconhecido]

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Na primeira vez que ficamos juntos, eu a beijei, e senti um abismo entre nós. Aquele era um sinal, um terrível sinal, que estava muito claro. O nosso caminho não seria fácil.
A cada olhar, cada toque, cada suspiro, uma nova certeza, um sentimento incomum que assustava. Um frio em meio a um vulcão. Um calor apaixonado em meio a neve.
Quando caminhávamos juntos, e percebíamos nas expressões e linguagens alheias, todo desgosto e ódio para nós, entendemos o Sol e Lua juntos na terra, o que jamais seria entendido nos céus.

As nuvens que outrora cor de neve, deixavam-se tomadas por diversos tons de cinza, os mais temidos tons.
A tempestade chegara, era anunciada com espetáculo. As folhas moviam-se e os galhos dançavam. Com o céu totalmente fechado, questão de tempo para descer a dor. Raios, trovões, vultos de luz, o espetáculo natural do céu.

Permanecemos em um campo, isolados e satisfeitos por presenciar a contemplação. Abraçados, liberando sorrisos leves ao admirar os raios. E há quem diga que um raio não caí duas vezes no mesmo lugar, mas transformou-se em mito. Por vez, um raio nos atingia, atingindo todos os sentidos e carregando nossas energias para fazer amor como deuses.
Por fim, a tempestade tornou-se nosso excêntrico teto. As folhas de diversas árvores, por vez, no solo, a nossa confortável cama. E o campo, imensamente verde, nosso realizado lar.

[autor desconhecido]

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Só queria dizer que, teu hálito fede que nem bosta quente e que estar do teu lado me dá enjôos, mas de certa forma, eu gosto.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

'Mas quase nem doeu, meses seguintes. Pois veio a primavera e trouxe tantos roxos e amarelos para a copa dos jacarandás tantos reflexos azuis e prata e ouro na superfície das águas do rio, tanto movimento nas caras das pessoas com suas deliciosas histórias de vivas desimportâncias, e formas pelas nuvens — um dia, um anjo —, nas sombras do jardim pela tardinha — outro dia, duas borboletas (...) havia ainda as doçuras alheias (...)  e golpes de fé irracional em algum milagre de science fiction, por vezes avisos mágicos nas minúsculas plumas coloridas caídas pelos cantos da casa. E principalmente, manhãs. Que já não eram de agosto, mas de setembro e depois outubro e assim por diante até o janeiro do novo ano que, em agosto, nem se atrevera a supor.
Estou forte, descobriu certo dia (...) Porque não morri, porque é verão e eu quero ver, rever, transver, milver tudo que não vi (...)'


[Caio Fernando Abreu]

domingo, 3 de outubro de 2010

Uns domingos

Sábado de tarde. Parecia ser um domingo.
Mas não os domingos que todos domingo, sabe?
Era especial..Parecia ser 'aquele" domingo...triste e gelado.
Eu lembro perfeitamente de todos os meus passos, de cada km que caminhei contigo ao meu lado. De cada gesto meu. Lembro também do tédio e da tristeza que dominava aquela tarde..
E lembro, mais que tudo, quando te levei na rodoviária e vi você embarcar. Lembrei que não tinha mais um pedaço de mim, pois levara junto naquele domingo.
Voltei pra casa naquele dia, estava fio igual hoje, tinha neblina e eu estava com pouca roupa, feito hoje também.
Voltei chorando. Pois saberia que não voltaria a ver você tão cedo. E assim aconteceu.
Mais uma vez e deu. E eu ainda espero por esse dia.
Meu melhor presente de páscoa.