quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O bolo de carne ainda está na mesa, te esperando.
O vira-latas atravessou a rua todo contente.
Hoje era dia de sopa com pedaços de frango.
Pensou "a galinha é minha hoje, estou feito"
Enganou-se.
Mal chegou do outro lado
E um vira-copos já tinha tomado conta de sua galinha.

Fica pra próxima quarta.
 Pensou ele.

The heart that you own

Choro ao saber que nunca mais vou repousar a cabeça cansada no teu peito magro, quase seco. Tento te achar em braços alheios em colchões jogados no chão, sujos que nem os donos. Não acho nada. Nem um último suspiro. Nem a dor causada. Só resta a saudade, eu e uns braços, que já foram só meus um dia.

domingo, 26 de dezembro de 2010

 Nos encontramos no final da festa; não sabíamos direito se devíamos ficar próximos ou não, pois o governo estava de olho na gente e, qualquer deslize seria fatal.
 Conversamos, no beijamos e saímos do local.
 -Achei que tu não me quisesse mais.
 -Independente do que aconteça, eu sempre vou querer você, lindinho.
 -Às vezes não parece.
 -Mas nem tudo o que parece é.E eu sempre quero você.
 Me abraçou e seguimos.
  Nos amamos pelo resto da noite.

Sabe, eu não sei se é amor antigo, ou é um gostar de agora. Mas sinto que se eu pirar, só você vai me curar e que não importa que isso tudo seja uma mentira. Minha vida é uma mentira, o que vier é lucro. E se, dentre todos eu escolhi você, deve ter uma razão especial; já que somos o que comemos. E eu, particularmente, adoro te comer, lindinho.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Se disseste que me amas, iria correndo pro teu abraço apertado.
Caso contrário, preferiria ficar te amando em segredo. Te admirando de longe
Te querendo à distância e não sabendo agir quando ficamos a sós.
Boa noite, obrigado e até mais...
Ah se eu tivesse coragem de arriscar...

domingo, 19 de dezembro de 2010

vamos até à praia? deitar a cabeça nos braços, apoiar os braços na janela aberta, vento entrando, remexendo nos cabelos, no rosto (...)




C.F.A.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Eu vivo numa peça de teatro
onde o personagem principal - mocinho ou vilão-
encenado por mim,
morre antes mesmo de entrar
no palco
que não é elevado à nenhuma altura
e se mistura com a plateia
pra agradecer as críticas
dos que tem a desventura de me ver
nua, crua e insólita.
Parece ser eterno.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Afinal, ter ido lá, naquele dia cinza, teria valido mesmo à pena? Me perder dentro daquele abraço magro e miserável, foi em vão? Ouvir mentiras saindo daquela boca macia, era tudo o que eu queria?
Não sei, meu amigo. Mas prefiro continuando não saber; deixa assim, enquanto acontece está bom. Depois...ah depois a gente se preocupa com o futuro dos nossos coraçõezinhos amargurados.
Meu coração é um bar de uma única mesa,debruçado sobre a qual um único bêbado bebe um único copo de bourbon,contemplado por um único garçom.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010




Como uma ligação no meio da noite pode te deixar nas nuvens?
E como aquele homem, que você nem conhecia mais, ainda deixa seu coração aos pulos quando se aproxima de você?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Não era permitido a duas pessoas se encontrarem num sábado à noite e, ostensivas, humilharem a todos com sua infelicidade dividida.




Caio

domingo, 12 de dezembro de 2010

As crises de tosse voltaram, com elas, voltaram também a insônia, a angústia e um punhado de tristezas.
Estou ficando cada dia mais velho e mais pálido. Não tenho apetite e só me resta uma sede insaciável de qualquer coisa gelada.
No espelho, a fisionomia desfigurada do que costumava ser um homem.
ão consigo mais escrever, não consigo mais pensar..virei um completo lunático.
Nada que me faça crer no amor novamente acontece..
Já é tarde e eu aqui. Ainda.
Os dedos passam entre o teclado quase enferrujado e a garganta seca novamente.
E de repente, um sorriso aliviado me vem no rosto, lembrei de ti minha dama das rosas.

sábado, 11 de dezembro de 2010

 você me ama pelo que me mata com coca-cola no boteco da esquina, e a vida acontecendo em volta, escrota e nua.








C.f.a.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Você é anormal menina. Eita,o que ele fazia de tão especial? Tipo,sei que não é fácil esquecer, mas gostar às vezes é estranho...

Não fazia nada...Eu só..
Só gostava, entende?

Mas porque gosta "às vezes'' dele ainda?

Por gostar. Me apeguei à ele como nunca me apeguei a ninguém...Prendi e não quis mais soltar

Entendo. E ele, por onde anda?

Pelas ruas de um Porto, caçando borboletas em estômagos vazios, fazendo espelhar aquele riso viciante nos vidros dos carros e nas poças d'água..
Amando mulheres, garotas, meninas...Amando todas, menos à mim.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Se vestiu de borboleta,
pegou ventos livres
e vôou por aí...

Feliz em ser ela mesma a própria."


Maxuel Scorpia

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

não me serve ser parte de algum grupinho com cara de bunda, nariz pra cima. a gente precisa de público, pouco ou muito, mas gente palpável.






biAh weRTHer

domingo, 5 de dezembro de 2010

Guarda-Mofo I

Por onde começar? Eis o ponto mais difícil de toda história que se preste.



Os mais íntimos me chamam de Lucy, por casa dos Beatles, ou por causa da macaca mesmo, mas meu nome é Joana, tenho 22 anos e não sei quem sou.  Tenho 1,75 cm de altura, a cor do meu cabelo varia de acordo com a tinta que coloco, gosto de vermelho e detesto futebol. Tenho um emprego razoavelmente bom, faço faculdade. Moro num apartamentozinho, a mobília é pouca e a cozinha é pequena. Meu pai é morto. Minha mãe é viva. Tenho uma penca de amigos, mas amigos mesmo, são dois. Enjôo rápido das pessoas, elas me sufocam e eu, sagitariana, adoro liberdade. Gosto de climas cults, chuva, velas, fotografias velhas, óculos de grau, maquinas de escrever, beber até vomitar a bebida e beber de novo (não, isso é nojento, não a parte de beber o vomito, mas a parte de vomitar.), cigarros e comprimidos, sejam eles de chocolate ou pra dormir.
Sim, sou alcoólatra e fumante. Mas não viciada. Isso não. Me pilho muito no tal de rock’n’roll. Sonho em casar com Bob Dylan e queria ter tido um romance com Johnny Cash ou um filho com Elvis Presley. Bom, chega, parei de falar sobre meus gostos, fantasias, aspectos físicos e de como vivo. O que me interessa mesmo, são as emoções.
As do passado, trago comigo, as do presente, vou guardando e as futuras, bom, essas ainda estão enroladas na bobina. Nos dias cinzas, até arrisco escrever algumas linhas, tentando em vão, transpor minhas emoções pro papel. Me dou conta que, estou cheia de poeira, mofo, bolor, que estou ficando cada dia mais velha e não há como parar o tempo. Sou ultrapassada diariamente por mim mesma. E toda vez, que olho no espelho, é aquela garotinha com medo de sentar no colo do Papai Noel, que vejo. Aquela mesma garotinha cheia de maldade por trás dos olhos de jabuticaba, que está doida pra cortar as orelhas do cachorro. Já que falei em cachorro, lembrei, tenho um, mas isso não interessa; não agora.
Guardo tudo na cabeça. Acho meio tosco essa coisa de ter diário. Sempre quis ter um. Adoro coisas toscas. Em época de final de ano, sempre torço pra ganhar. E é em vão. Não consigo me imaginar chegando na livraria e pedindo, verdade seja dita, conseguir eu consigo:
— Bom dia, eu queria um diário com capa vermelha de veludo e com cadeado dourado.
E a atendente lá, me olhando espantada, pergunta:
—É pra sua sobrinha ou pra irmãzinha? Se for, tem uns modelinhos da Barbie que chegaram anteontem! Ai, você vai amar!
—Moça, é pra mim mesmo.
—Ah, ok. Já vou pegar
E sai com vergonha. Eu, com mais vergonha ainda, pego, pago e saio com diário de capa vermelha e cadeado dourado.

Não, isso não é pra mim ok.


Não que seja de suma importância pra mim, mencionar os meus relacionamentos anteriores. Mas, é necessário.
Nunca amei ninguém. Acho toscas essas coisas de amar e tal. Deve ser porque eu nunca amei ninguém. Os dois homens que marcaram a minha vida, acabaram sendo uns babacas. Comecei a acabei pela internet. Nada melhor e mais frio que isso. Se bem que, nunca dei tanta importância assim pra começos e finais de namoricos. Sempre começou e acabou do mesmo jeito. No vazio. Nunca olhei nos olhos de uma pessoa e disse: “Eu Te Amo!” É, nunquinha. Tento conhecer rapazes mais velhos e acho meio estranho sair com os mais novos. É, eu não sou igual às outras garotinhas que sonham com seus príncipes encantados em seus grandes e lindos alazões. Eu quero um homem. Mas o homem que sempre procurei noutros homens. Aquele que me entenda, que cozinhe pra mim, que me conte piadas, que me faça rir e chorar ao mesmo tempo, que admita ser homem o bastante pra me amar sem esconder de ninguém.
É, eu sou romântica. Mas na internet, busco o sarcasmo.
Afinal, internet é tão importante assim? Só porque a minha vida praticamente basea-se na internet não quer dizer que eu não possa viver sem ela.
 Ta certo, eu não posso viver sem ela mesmo. Mas, voltando ao assunto, meus relacionamentos foram curtos, de grandes e pequenas emoções. Resumidos em boas conversas, boas brigas e em boas noites, com sexo ou não, mas geralmente com drogas.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sábado é sempre sábado, igual em Paris, Porto Alegre ou Cingapura. Sempre no ar aquela expectativa - pizza, cinema ou beijo, não importa.






C.F.A

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Lugar de samba enredo é na escola..

Te ver tão bem - mas tão bem- assim, me faz ter desconfianças.
Duvido até da sombra os passarinhos nos fios de luz.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ela ia calma no meio do asfalto. Fone de ouvido e o volume máximo. Do outro lado da rua algumas pessoas escutaram a música. Gravação caseira, parecia. Uma voz rouca e doce, violão ao fundo. A buzina soou uma vez. Duas. Três vezes. E ela preferiu continuar escutando o Coiote cantar.
O mundo foi-se tornando aos poucos 
um enorme leque escancarado de mil possibilidades (...)
aprendi o jeito de também ser lindo'




Caio F.