quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Lorotas

De repente, o tic pára na passagem para o tac. E, numa questão de milésimos, elalembra. Lembra do cheiro dele ainda impregnado no corpo, da textura da camisa de mais de uma década que ele roubou do pai. Inspira fundo, e demora pra soltar o ar. Lembra como era bom ser feliz, lembra daqueles dias que passou com ele, aquelas tardes de outono que ainda permanecem nos finais do pôr-do-sol, mesmo agora, na primavera. O coração dispara e aos poucos ela volta. Suspira e pensa "como era bom estar com ele, como ele me fazia um mal danado, mas necessário.''.
Sabia que, de alguma forma, sofreria mais se continuasse com a lembrança em mente, mas, que ele saberia, apesar de tudo, que ela estava lembrando deles naquele exato momento. Afinal de contas, ele também lembrava às vezes e passava horas e horas, feito ela, se perdendo nos por quês entre eles dois.

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